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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

EFEITOS FISIOLÓGICOS DECORRENTES DA ATIVIDADE FÍSICA


Efeitos fisiológicos decorrentes do exercício físico
  • Efeitos que ocorrem à nível tecidual, isto é, alterações bioquímicas, visto que as enzimas são responsáveis pela sintonia fina do metabolismo.

  • Os que afetam os sistemas circulatório e respiratório, incluindo o sistema de transporte de oxigênio.

  • Os relacionados com a composição corporal, níveis lipêmicos, pressão do sangue e aclimatação (altitude, temperatura, umidade, etc....).
Alterações bioquímicas
Aeróbias:
  • maior conteúdo de mioglobina, portanto maior oxidação de O2;

  • aumento do número e tamanho das mitocôndrias;

  • maiores reservas musculares de triglicerídeos;

  • maior disponibilidade de gorduras como combustível;

  • maior atividade enzimática no transporte, ativação e oxidação dos ácidos graxos;

  • maior atividade das enzimas do ciclo de Krebs e da cadeia respiratória;

  • maiores reservas musculares e hepáticas de glicogênio;

  • maior oxidação de glicogênio e AGL.
Anaeróbias:
  • maior capacidade do sistema ATP-CP;

  • maior reserva muscular de ATP e CP (o organismo treinado anaerobicamente possui mais músculo, mas em compensação gasta mais rápido);

  • maior atividade das enzimas que atuam no turnover do ATP;

  • maior atividade das enzimas glicolíticas, principalmente LDH, PFK e PK.
Com tiros muito curtos (6") ocorre perda de enzimas, com tiros um pouco maiores (30") aumenta-se as enzimas fosfoquinase e mioquinase.
A sucinato desidrogenase aumenta com o treino aeróbio progressivo até o terceiro mês, depois estabiliza. A citrato desidrogenase responde bem melhor ao treinamento moderado do que a sucinato desidrogenase.


O treinamento anaeróbio diminui algumas enzimas envolvidas na aerobiose.

Destreinado

Treino Ana.

Treino Aer.
Aeróbias (sistema oxidativo)
Sucinato desidrogenase
8.1

8.0

20.8
Malato desidrogenase
45.5

46.0

65.5
Carnitina palmitil-transferase
1.5

1.5

2.3
Anaeróbias (sistema ATP-PC)
Creatina fosfoquinase
609.0

702.0

589
Mioquinase
309.0

350.0

297
Sistema glicolítico
Fosforilase
5.3

5.8

3.7
Fosfofrutoquinase
19.9

29.2

18.9
Lactato desidrogenase
766.0

811.0

621.0
Diferenças em uma mesma pessoa em uma prova de natação (200 m) ao longo de 7 meses:

Alterações das fibras musculares:
  • aumento da capacidade aeróbia (maior em fibras lentas e IIa – glicolítica/oxidativa);

  • aumento na capacidade glicolítica (maior na fibra rápida - IIb);

  • hipertrofia seletiva: as fibras lentas respondem ao treinamento de endurance e as rápidas respondem aos treinos de velocidade (não existe transformação de um tipo de fibra em outro).
Alterações cárdio-respiratórias:
Em atletas que não são de endurance o miocárdio é aumentado em espessura.
Em atletas de endurance ocorre em repouso uma bradicardia devida ao aumento da capacidade ventricular e à hipertrofia cardíaca. O débito cardíaco do atleta não é alterado em repouso, mas a freqüência cai para manter o mesmo volume.
Os trabalhos anaeróbios e aeróbios quando conjugados, aumentam as paredes e as cavidades cardíacas. Em exercícios máximos, o treinado tem condições de desempenhar maiores débitos e freqüências cardíacas.
Em repouso
  • a redução na fc deve-se à redução no ritmo intrínseco do marcapasso auricular (nódulo sinoatrial)

  • maior tônus parassimpático (vagal)

  • menor influência simpática, devida ao menor volume de catecolaminas liberado

  • aumento do volume de ejeção, graças à hipertrofia cardíaca e ao aumento na contratibilidade miocárdica

  • aumento no volume sangüíneo e hemoglobina

  • maior hipertrofia do músculo esquelético, portanto maior densidade capilar.
As trocas gasosas aumentam tanto à nível tecidual quanto pulmonar. Os pulmões não aumentam de tamanho com o treinamento, apenas melhoram sua funcionalidade.
Em exercício submáximo (moderado)

  • menor utilização do glicogênio muscular, devida à maior oxidação dos AGL

  • nenhuma ou muito pouca redução no consumo de O2

  • menor produção de ácido lático, aumentando o limiar anaeróbico, como conseqüência disso, ocorre maior oxidação de gorduras, menor déficit de O2, maior utilização do lactato como combustível e a hipertrofia e hiperplasia mitocondrial

  • nenhuma ou ligeira redução no débito cardíaco

  • maior volume de ejeção (maior contratibilidade miocárdica e hipertrofia cardíaca)

  • redução na fc, devido à queda no ritmo intrínseco do nódulo sinoatrial e à queda no impulso simpático

  • menor fluxo sangüíneo por Kg de músculo ativo

  • maior extração de O2 pelos músculos, devida à maior quantidade de mioglobina.
Máximo
  • maior consumo de O2

  • maior fluxo sangüíneo total è débito cardíaco

  • maior extração de O2 pelos músculos : diferença artério / venosa de O2 ( é a diferença na quantidade de O2 nos dois tipos de sangue). O treinado extrai mais Odo sangue arterial

  • maior produção de ácido lático, devida à maior atividade nas enzimas glicolíticas

  • maior débito cardíaco : maior volume de ejeção devido à hipertrofia cardíaca (maior cavidade ventricular) e à maior contratibilidade miocárdica

  • nenhuma ou pouca redução na fc : aumento no volume do coração, menor impulso simpático e redução na freqüência do marcapasso intrínseco – nódulo sinoatrial

  • nenhuma alteração no fluxo sangüíneo por Kg de músculo ativo porque o treinado tem mais massa muscular, ou seja, o fluxo sangüíneo é distribuído para uma maior massa muscular
Alterações respiratórias:
  • aumento na ventilação máxima por minuto, devido ao aumento no volume corrente e na freqüência respiratória

  • maior eficiência ventilatória

  • maior capacidade difusora

Alterações na composição corporal:

  • redução na gordura corporal total

  • nenhuma alteração ou ligeiro aumento de peso corporal magro

Alterações fisiológicas:

  • redução nos níveis lipêmicos

  • redução na pressão sangüínea durante o exercício e o repouso

  • maior aclimatação ao calor e ao frio

Efeitos do destreinamento:

A maioria dos efeitos benéficos do treinamento retornam aos níveis de pré-treinamento dentro de 4 a 8 semanas de destreino. Em atletas, breves períodos de destreino como aqueles causados por pequenas lesões podem reduzir muito o desempenho.
Observações:
Quando a velocidade da enzima alcança 50% de sua velocidade máxima, diz-se que ela alcançou o turnover, ou o Km.. Quanto mais alto o Km da enzima, maior a quantidade necessária de substrato para alcançar o turnover. No cérebro, pouca glicose já leva as enzimas ao turnover, no fígado não, é por isso que o fígado tem dificuldade em absorver glicose circulante. Esse sistema faz com que o fígado não absorva a glicose circulante, deixando-a para o cérebro e músculos. O Km das enzimas musculares é intermediário entre o das cerebrais (muito baixo) e o das hepáticas (muito alto).

A ação do segundo mensageiro é catabólica.

Em casos de isquemia cardíaca, as células do coração "explodem" , liberando LDHc no sangue. A presença dessa enzima indica que algo está errado.
As catecolaminas aumentam a glicogenólise, preparando para as possíveis contrações vigorosas (anaeróbias) que provavelmente se seguirão.
Em condições máximas, os treinados conseguem valores mais altos em todas as variantes metabólicas (consumo de O2, produção de lactato, etc.).
Déficit de O2 : quando começa-se um exercício, existe um período em que falta oxigênio, levando à uma condição anaeróbica de exercício, assim que se entra em equilíbrio, volta-se à aerobiose. Neste período ocorre produção de lactato e a energia vem de fontes anaeróbicas. Quanto maior o estado de treinamento, menor é o déficit de O2, porque o organismo entra em steady-state mais cedo.

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